segunda-feira, 17 de março de 2014

Aula de Direito

Primeira aula da faculdade de Direito. O professor de “Introdução ao Direito” entra na sala. A primeira coisa que faz é perguntar o nome a um aluno que estava sentado na primeira fila:
- Como você se chama?
- Meu nome é João, senhor.
- Saia de minha aula e não quero que volte nunca mais! - gritou o desagradável professor.
João ficou desconcertado por alguns segundos. Quando voltou a si, levantou-se rapidamente, recolheu suas coisas e saiu da sala. Todos estavam assustados e indignados, porém, ninguém falou nada.
- Agora sim! Vamos começar a aula! Para que servem as leis? – pergunta o professor.
Os alunos seguiam assustados, porém, aos poucos começaram a responder à pergunta:
- Para que haja ordem em nossa sociedade.
- Não! – respondeu o professor.
- Para cumpri-las.
- Não!
- Para que as pessoas erradas paguem por seus atos.
- Não! Será que ninguém sabe responder a esta pergunta?
- Para que haja justiça - falou timidamente uma garota.
- Até que enfim! É isso! Para que haja justiça. E agora, para que serve a justiça?
Todos começavam a ficar incomodados com a atitude grosseira do professor. Porém, seguiam respondendo:
- Para salvaguardar os direitos humanos.
- Bem, que mais? – perguntou o professor.
- Para diferenciar o certo do errado.
- Ok, não está mal. Agora me digam: eu agi corretamente ao expulsar João da sala de aula?
Todos ficaram calados, ninguém respondia.
- Quero uma resposta decidida e unânime!
- Não!!! – responderam todos a uma só voz.
- Poderia dizer-se que cometi uma injustiça?
- Sim!!! – responderam todos.
- E por que ninguém fez nada a respeito? Para que queremos leis se não dispomos da vontade necessária para praticá-las? Cada um de vocês tem a obrigação de reclamar quando presenciar uma injustiça. Todos. Não voltem a ficar calados, nunca mais! Vá buscar o João – disse o professor, olhando fixamente para outro aluno.
Naquele dia, todos tiveram a lição mais prática do curso de Direito, um aprendizado para sempre: “Quando não defendemos nossos direitos ou os do próximo perdemos a dignidade e a dignidade não se negocia.”

(autor desconhecido)

sábado, 15 de março de 2014

Achados e Perdidos

E hoje, nos achados e perdidos, encontrei um sorriso que não dei, uma chance que perdi, uma oportunidade que passou batida. Encontrei um sonho esquecido. Peguei tudo de volta, delicadamente e disse ao destino: nada vai me fazer perder oportunidades novamente. De agora em diante só serve o hoje, e o tudo que gosto! 
Quanto tempo perdi por pensar demais, ou simplesmente estar um pouco cansada, preguiçosa....
E os sorrisos que não dei, por "acha" que daria o braço a torcer, quantas burrices cometemos, quantas.
Perdi chances de conhecer pessoas que talvez tivesse tido grande importância na minha vida...
Sonhos ! quantos deixados pra trás, quantos foram guardados para "amanha" sem nunca mais te-los vivido. E agora o tempo os levou. Poderia correr, quem sabe eu os alcançaria. Mas como sonhei naquele momento...não mais.
E o pior de tudo isso, é que colocamos a culpa no tempo. - Não tenho tempo!
Temos sim ! Claro que temos.
Se temos tempo para correr e socorrer o trabalho, família, amigos, sucesso, dinheiro, por que não correr para NÓS ? PORQUE?
Quer saber? Deixamos  nós por ultimo. Ai está o nosso grande e fatal erro.
Agora, os sorrisos, as chances, as oportunidades, os sonhos vou vive-los um a um.
A vida aqui nesse plano é rápida demais.
Vou me arrepender se não vive-la, com afinco, com ardor, com tempo, com intensidade... deixar escapar o simples viver para nós, por nós, é idiotice.
Achados e perdidos....
Hoje, achei tudo isso que tinha perdido, por conta de uma situação onde me perguntei:
Mas o que estou fazendo com a vida que Deus me deu?
Esperar mais o que? Para que? Por quem?
Ninguem viverá os momentos que me pertence. Ninguem!
E tão pouco alguem pensa nos meus dias, meses, anos, cada qual está preocupado com o "seu tempo",
talvez perdendo as mesmas oportunidades, e sonhos, e sorrisos, e chances que já perdi.
Tomara que tenham tempo de acordar, e vive-los, antes de perde-los.
Ainda me resta um tempo.
De agora em diante só serve o hoje, e o tudo que gosto! 

____ Michelle Trevisani

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Medo da solidão

As vezes as pessoas se jogam em relacionamentos pelo simples medo de ficarem sozinhas. Eu não as julgo e nem condeno a ninguém. 

Porém, me causa surpresa ao perceber o quanto tem mais gente machucada por relacionamentos mal sucedidos do que as que sofrem um pouco por estarem sozinhas. 

As vezes faz um bem enorme para a vida e para purificar os sentidos, podermos ficar sozinhos e plenificarmos nossa solidão. Não estou falando da solidão do abandono, da fuga ou da depressão. 

Existe uma solidão que acompanha todo ser humano, seja ele casado ou solteiro. A solidão que o permite encontrar se consigo mesmo e com as realidades mais profundas da existência. 

Não se trata de uma solidão qualquer, é uma solidão fecunda e muita profunda. Ela é própria das pessoas bem resolvidas, reflexivas e que não querem viver a vida de qualquer forma. 

Esta solidão cura, transforma e permite ao ser humano encontrar sua origem e a razão de sua vida. Esta solidão precisa ser bem direcionada e bem vivida. Não é a solidão dos decepcionados ou magoados. 

Porém, bem abraçada ela é fonte de cura para nossas decepções e magoas. Num mundo envolto por agitação, muito barulho e com tantas coisas para ocupar nosso tempo, nós nos enchemos de tantas coisas e continuamos vazios. 

Os relacionamentos não são melhores e mais bem sucedidos, por não sabermos viver nossa intimidade nesta solidão do encontro consigo mesmo. Com isto a beleza do nosso ser fica ofuscada com as marcas das futilidades e estragos da vida. 

De modo que não apresentamos uns para os outros não o melhor de nós, mas o nosso ser ferido, agressivo, escondido sobre a fantasia da carência. 

A solidão fecunda ela nunca é sozinha, ela é sempre acompanhada e iluminada. E preciso ter coragem para viver esta viagem ao nosso ser profundo. 

Vamos perceber que o nosso interior, se parece com o fundo do mar. Tem muitas coisas velhas, jogadas e esquecidas, mas as belezas mais profundas estão escondidas ali também. 

São belezas que nem você mesmo conhece. É que te ensinaram a tanto a cuidar do exterior e da casca, que o seu interior, que esconde sua beleza mais autentica fica a deriva. 

É uma pena quando alguém se apaixona só pela casca de alguém, porque com todos os reparos e plásticas que se fazem, a casca envelhece e enruga de todo jeito. Procure o seu interior esquecido e deixado de lado. 

A solidão fecunda, assusta e machuca num primeiro instante, depois ela se torna uma companheira e amiga tão necessária que sentimos demais a sua falta. 

Pe. Roger Araujo