segunda-feira, 17 de março de 2014

A Flor Da Honestidade

Há séculos e séculos atrás, um príncipe de um reino distante estava às vésperas de ser coroado imperador, mas, de acordo com a tradição, ele deveria primeiro se casar. Assim, resolveu lançar um desafio a todas as mulheres do reino. O príncipe anunciou que receberia numa celebração especial todas as pretendentes para anunciar o desafio.
Uma senhora, que fazia a faxina do palácio, ouvindo os comentários sobre os preparativos, e sabendo que sua jovem filha nutria um sentimento de profundo amor pelo príncipe, ao chegar em casa, relatou o fato à jovem.
A garota então disse:
- Eu vou participar!
Mas sua mãe, respondeu:
- Você tem certeza, filha? As moças mais lindas e ricas de toda a corte estarão lá, com seus vestidos maravilhosos. Somos pobres e não temos como preparar um belo vestido. Não quero que você se magoe. 
E a filha disse:
- Vou com estas roupas mesmo. Sei que jamais serei escolhida, mas é minha oportunidade de ficar pelo menos alguns momentos perto do príncipe, isto já me faz feliz.
À noite, a jovem chegou ao palácio. Lá estavam, de fato, todas as mais lindas moças, com as mais belas roupas e jóias. Então, finalmente, o príncipe anunciou o desafio:
- Darei, para cada uma de vocês, uma semente. Cultivem-na. Aquela que, dentro de seis meses, me trouxer a mais bela flor, será a futura imperatriz.
Todas as mulheres saíram levando suas sementes.
O tempo passou e a doce jovem, sem muita habilidade nas artes da jardinagem, cuidava com da semente com paciência e ternura.
Passaram-se três meses e nada surgia em seu vaso. A jovem havia tentado de tudo, mas a flor não nascia. Ela via cada vez mais longe o seu sonho. Ao mesmo tempo, cada vez mais profundo era o seu amor.
Por fim, os seis meses se passaram e a flor não nascera. Consciente do seu esforço e dedicação ela resolveu retornar ao palácio na data e hora combinadas, pois não pretendia nada além de ver o príncipe mais uma vez.
Na hora marcada, ela chegou com seu vaso vazio. Todas as outras pretendentes também retornaram, cada uma com uma flor mais bela do que a outra, de todas as formas e cores. Ela estava perplexa, nunca havia visto tantas flores lindas.
Finalmente chega o momento esperado, o príncipe chega e observa cada uma das pretendentes e suas lindas flores. E após passar por todas, uma a uma, ele anuncia o resultado e indica a jovem com o vaso vazio como sua futura esposa.
As pessoas presentes ficaram chocadas. Ninguém compreendeu porque ele havia escolhido justamente aquela que nada havia cultivado. 
Então, calmamente, o príncipe esclareceu:
- Todas as sementes que eu entreguei a vocês eram estéreis, jamais produziriam flores. Esta moça foi à única que cultivou a flor que a tornou digna de se tornar uma imperatriz: a Flor da Honestidade.  

(autor desconhecido)

O Papagaio

Um mercador tinha um papagaio preso numa gaiola. Um dia, resolveu viajar para a Amazônia e perguntou em tom de brincadeira ao seu papagaio se ele queria que trouxesse algo de lá.
E o papagaio gentilmente lhe pediu:
- Se vires um bando de papagaios voando livres na natureza, pergunta-lhes como também posso ser livre e voar.
O dono riu de seu louro, e saiu.
Já na Amazônia, o mercador viu um bando de papagaios voando livremente e gritou-lhes a pergunta de seu louro.
- Eu tenho um papagaio numa gaiola! E ele quer saber como pode ser livre e voar?!
Ao ouvi-lo, o papagaio líder do bando caiu no chão como morto e lá ficou...
O homem ficou triste... Não entendeu o que havia acontecido, mas aquela cena ficou gravada em sua memória.
Ao voltar, contou o ocorrido ao seu papagaio e este, para seu espanto, tombou como morto dentro da gaiola. O homem lamentou, mas, resignado, retirou o louro inerte do fundo da gaiola e o atirou ao quintal. No próprio impulso com que foi jogado, ele alçou voo e pousou num galho.
O homem, muito admirado, perguntou-lhe:
- Afinal, o que significa tudo isso?
E o papagaio, levantando novamente voo em direção ao horizonte, respondeu-lhe:
- Apenas segui a lição.

 (autor desconhecido)

Aula de Direito

Primeira aula da faculdade de Direito. O professor de “Introdução ao Direito” entra na sala. A primeira coisa que faz é perguntar o nome a um aluno que estava sentado na primeira fila:
- Como você se chama?
- Meu nome é João, senhor.
- Saia de minha aula e não quero que volte nunca mais! - gritou o desagradável professor.
João ficou desconcertado por alguns segundos. Quando voltou a si, levantou-se rapidamente, recolheu suas coisas e saiu da sala. Todos estavam assustados e indignados, porém, ninguém falou nada.
- Agora sim! Vamos começar a aula! Para que servem as leis? – pergunta o professor.
Os alunos seguiam assustados, porém, aos poucos começaram a responder à pergunta:
- Para que haja ordem em nossa sociedade.
- Não! – respondeu o professor.
- Para cumpri-las.
- Não!
- Para que as pessoas erradas paguem por seus atos.
- Não! Será que ninguém sabe responder a esta pergunta?
- Para que haja justiça - falou timidamente uma garota.
- Até que enfim! É isso! Para que haja justiça. E agora, para que serve a justiça?
Todos começavam a ficar incomodados com a atitude grosseira do professor. Porém, seguiam respondendo:
- Para salvaguardar os direitos humanos.
- Bem, que mais? – perguntou o professor.
- Para diferenciar o certo do errado.
- Ok, não está mal. Agora me digam: eu agi corretamente ao expulsar João da sala de aula?
Todos ficaram calados, ninguém respondia.
- Quero uma resposta decidida e unânime!
- Não!!! – responderam todos a uma só voz.
- Poderia dizer-se que cometi uma injustiça?
- Sim!!! – responderam todos.
- E por que ninguém fez nada a respeito? Para que queremos leis se não dispomos da vontade necessária para praticá-las? Cada um de vocês tem a obrigação de reclamar quando presenciar uma injustiça. Todos. Não voltem a ficar calados, nunca mais! Vá buscar o João – disse o professor, olhando fixamente para outro aluno.
Naquele dia, todos tiveram a lição mais prática do curso de Direito, um aprendizado para sempre: “Quando não defendemos nossos direitos ou os do próximo perdemos a dignidade e a dignidade não se negocia.”

(autor desconhecido)