sábado, 18 de maio de 2013

Hoje é Tempo de Ser Feliz


A vida é fruto da decisão de cada momento. Talvez seja por isso, que a idéia de plantio seja tão reveladora sobre a arte de viver. 

Viver é plantar. É atitude de constante semeadura, de deixar cair na terra de nossa existencia as mais diversas formas de sementes. 

Cada escolha, por menor que seja, é uma forma de semente que lançamos sobre o canteiro que somos. Um dia, tudo o que agora silenciosamente plantamos, ou deixamos plantar em nós,será plantação que poderá ser vista de longe... 

Para cada dia, o seu empenho. A sabedoria bíblica nos confirma isso, quando nos diz que "debaixo do céu há um tempo para cada coisa!" 

Hoje, neste tempo que é seu, o futuro está sendo plantado. As escolhas que você procura, os amigos que você cultiva, as leituras que você faz, os valores que você abraça, os amores que você ama, tudo será determinante para a colheita futura. 

Felicidade talvez seja isso: alegria de recolher da terra que somos, frutos que sejam agradáveis aos olhos! 

Infelicidade, talvez seja o contrário. 

O que não podemos perder de vista é que a vida não é real fora do cultivo. Sempre é tempo de lançar sementes... Sempre é tempo de recolher frutos. Tudo ao mesmo tempo. Sementes de ontem, frutos de hoje, Sementes de hoje, frutos de amanhã! 

Por isso, não perca de vista o que você anda escolhendo para deixar cair na sua terra. Cuidado com os semeadores que não lhe amam. Eles têm o poder de estragar o resultado de muitas coisas. 

Cuidado com os semeadores que você não conhece. Há muita maldade escondida em sorrisos sedutores... 

Cuidado com aqueles que deixam cair qualquer coisa sobre você, afinal, você merece muito mais que qualquer coisa. 

Cuidado com os amores passageiros... eles costumam deixar marcas dolorosas que não passam... 

Cuidado com os invasores do seu corpo... eles não costumam voltar para ajudar a consertar a desordem... 

Cuidado com os olhares de quem não sabe lhe amar... eles costumam lhe fazer esquecer que você vale à pena... 

Cuidado com as palavras mentirosas que esparramam por aí... elas costumam estragar o nosso referencial da verdade... 

Cuidado com as vozes que insistem em lhe recordar os seus defeitos... elas costumam prejudicar a sua visão sobre si mesmo. 

Não tenha medo de se olhar no espelho. É nessa cara safada que você tem, que Deus resolveu expressar mais uma vez, o amor que Ele tem pelo mundo. 

Não desanime de você, ainda que a colheita de hoje não seja muito feliz. 

Não coloque um ponto final nas suas esperanças. Ainda há muito o que fazer, ainda há muito o que plantar, e o que amar nessa vida. 

Ao invés de ficar parado no que você fez de errado, olhe para frente, e veja o que ainda pode ser feito... 

A vida ainda não terminou. E já dizia o poeta "que os sonhos não envelhecem..." 

Vai em frente. Sorriso no rosto e firmeza nas decisões. 

Deus resolveu reformar o mundo, e escolheu o seu coração para iniciar a reforma. 

Isso prova que Ele ainda acredita em você. E se Ele ainda acredita, quem sou eu pra duvidar... (?)

Padre Fábio de Melo

Jardim da Infância


No jardim de infância, fiz amizades que só são lembradas ao olhar fotos. 
Até hoje levo algumas dentro dessa máquina pulsante que chamam de coração. 

Não espero perder ou achar pessoas que estejam dispostas a me suportar, nem que seja por alguns segundos. 

Em uma das minhas leituras vi que nunca podemos correr atrás das borboletas, mas sim preparar o jardim para que elas venham até nós. 

Isso me fez pensar no quão as borboletas são contraídas, tímidas, medrosas e cheias de contrariedades. 

Elas não ficam muito tempo perto de uma flor, nunca permanecem em um mesmo jardim. Então, se as minhas borboletas decidem voar, eu deixo. 

Se voltarem e escolherem o meu jardim, darei conforto e deixarei que decidam o tempo que quiserem ficar, mas prepararei meu coração para vê-las partindo novamente. 

Por em quanto, fico aqui regando as minhas flores, para que elas estejam lindas sempre. 

Adoro pintá-las em uma tela com cheiro de arte, observando-as serem beijadas por novas borboletas, e sorrindo para as que vêm me visitar.

Alice Andrade

O contrário do Amor


O contrário de bonito é feio, de rico é pobre, de preto é branco, isso se aprende antes de entrar na escola. 

Se você fizer uma enquete entre as crianças, ouvirá também que o contrário do amor é o ódio. Elas estão erradas. 

Faça uma enquete entre adultos e descubra a resposta certa: o contrário do amor não é o ódio, é a indiferença.

O que seria preferível, que a pessoa que você ama passasse a lhe odiar, ou que lhe fosse totalmente indiferente? 

Que perdesse o sono imaginando maneiras de fazer você se dar mal ou que dormisse feito um anjo a noite inteira, esquecido por completo da sua existência? 

O ódio é também uma maneira de se estar com alguém. Já a indiferença não aceita declarações ou reclamações: seu nome não consta mais do cadastro.

Para odiar alguém, precisamos reconhecer que esse alguém existe e que nos provoca sensações, por piores que sejam. 

Para odiar alguém, precisamos de um coração, ainda que frio, e raciocínio, ainda que doente. Para odiar alguém gastamos energia, neurônios e tempo. 
Odiar nos dá fios brancos no cabelo, rugas pela face e angústia no peito. 

Para odiar, necessitamos do objeto do ódio, necessitamos dele nem que seja para dedicar-lhe nosso rancor, nossa ira, nossa pouca sabedoria para entendê-lo e pouco humor para aturá-lo. 

O ódio, se tivesse uma cor, seria vermelho, tal qual a cor do amor.

Já para sermos indiferentes a alguém, precisamos do quê? De coisa alguma. A pessoa em questão pode saltar de bung-jump, assistir aula de fraque, ganhar um Oscar ou uma prisão perpétua, estamos nem aí. 

Não julgamos seus atos, não observamos seus modos, não testemunhamos sua existência. 

Ela não nos exige olhos, boca, coração, cérebro: nosso corpo ignora sua presença, e muito menos se dá conta de sua ausência. 

Não temos o número do telefone das pessoas para quem não ligamos. A indiferença, se tivesse uma cor, seria cor da água, cor do ar, cor de nada.

Uma criança nunca experimentou essa sensação: ou ela é muito amada, ou criticada pelo que apronta. 

Uma criança está sempre em uma das pontas da gangorra, adoração ou queixas, mas nunca é ignorada. 

Só bem mais tarde, quando necessitar de uma atenção que não seja materna ou paterna, é que descobrirá que o amor e o ódio habitam o mesmo universo, enquanto que a indiferença é um exílio no deserto.

Martha Medeiros