sábado, 13 de junho de 2015

O frio que vem de dentro

Quatro homens ficaram bloqueados numa caverna por uma avalanche de neve. Teriam que esperar até o amanhecer, para poderem receber socorro.
Cada um deles trazia um pouco de lenha e havia uma pequena fogueira ao redor da qual eles se aqueciam.
Se o fogo apagasse, todos morreriam de frio antes que o dia clareasse. O tempo passava e o fogo diminuía.
Chegou a hora de cada um colocar sua lenha na fogueira. Era a única maneira de sobreviverem.
O primeiro homem era um rico avarento. Ele estava ali porque esperava receber os juros de uma dívida. Olhou ao redor e viu em torno da fogueira, um homem da montanha, que trazia sua pobreza no semblante e nas roupas velhas e remendadas. Ele fez as contas do valor da sua lenha e enquanto mentalmente sonhava com o seu lucro, pensou: “Jamais darei a minha lenha para aquecer um preguiçoso.”
O segundo homem era o pobre da montanha. Ele conhecia mais do que os outros os caminhos, os perigos e os segredos da neve. Ele pensou: “Esta nevasca pode durar vários dias. Vou guardar minha lenha.”
O terceiro homem parecia alheio a tudo. Era um alienado. Olhando fixamente para as brasas. Nem lhe passou pela cabeça oferecer da lenha que carregava. Ele estava preocupado demais com suas próprias visões (ou alucinações?) para pensar em ser útil.
O quarto homem trazia nos vincos da testa e nas palmas calosas das mãos, os sinais de uma vida de trabalho. Seu raciocínio era curto e rápido: “Esta lenha é minha. Custou o meu trabalho. Não darei a ninguém nem mesmo o menor dos meus gravetos.”
Com estes pensamentos, os quatro homens permaneceram imóveis.
A última brasa da fogueira se cobriu de cinzas e finalmente apagou.
Ao alvorecer do dia, quando o resgate conseguiu chegar à caverna, os bombeiros encontraram quatro cadáveres congelados, cada qual segurando um feixe de lenha.
Olhando para aquele triste quadro, o chefe da equipe de socorro disse: o frio que os matou não foi o frio de fora, mas o frio de dentro.
Não deixe que a friagem que vem de dentro mate você. Abra o seu coração e ajude a aquecer aqueles que o rodeiam. Não permita que as brasas da esperança se apaguem, nem que a fogueira do otimismo vire cinzas. Contribua com seu graveto de amor e aumente a chama da vida onde quer que você esteja.
(autor desconhecido)

O pacote de bolachas

Uma moça aguardava seu voo na sala de embarque de um grande aeroporto. Como deveria esperar algumas horas, resolveu comprar um livro para passar o tempo. Comprou também um pacote de bolachas e sentou-se numa poltrona na sala vip do aeroporto para que pudesse descansar e ler em paz.
Enquanto ela lia seu livro, sentou-se ao seu lado um homem. Após algumas páginas, ela pegou a primeira bolacha do pacote. O homem também pegou uma. Ela se sentiu indignada, mas não disse nada.
A cada bolacha que ela pegava o homem também pegava uma. Aquilo a deixava tão indignada que nem conseguia reagir. Ela só respirava fundo e fazia cara feia. Quando restava apenas uma bolacha, ela pensou: "O que será que esse abusado fará agora?"
Então o homem dividiu a última bolacha ao meio deixando a outra metade para ela. Ah! Aquilo era demais! Ela estava explodindo de raiva!
Seu voo é anunciado. Ela pega seu livro e suas coisas e se dirigiu ao embarque. Entra no avião e se acomoda na poltrona. Então, ela abre a bolsa para pegar uma bala. Para sua surpresa o pacote de bolachas estava lá, ainda intacto, fechadinho.
Ela sentiu tanta vergonha! Só então percebeu que a errada era ela. Distraidamente, havia guardado seu pacote de bolachas dentro da bolsa e o homem havia dividido as bolachas dele sem sentir-se indignado, nervoso ou irritado. Infelizmente, já não havia mais tempo para se explicar ou pedir desculpas...
Cuidado, às vezes, nós é que estamos errados e precisamos ter a humildade de admitir. Não julgue as pessoas. Antes de concluir, observe melhor. Talvez as coisas não sejam exatamente como você pensa.

sábado, 6 de junho de 2015

A torrada queimada

Quando eu ainda era um menino, minha mãe gostava de fazer um lanche, tipo café da manhã, na hora do jantar. E eu me lembro especialmente de uma noite, quando ela fez um lanche desses, depois de um dia de trabalho muito duro.
Naquela noite distante, minha mãe colocou um copo com leite e um prato com torradas bastante queimadas, para o meu pai. Eu me lembro de ter esperado um pouco, para ver se alguém notava o fato. Tudo o que meu pai fez foi pegar a sua torrada, sorrir para minha mãe, e me perguntar como tinha sido o meu dia na escola.
Eu não me lembro do que respondi, mas me lembro de ter olhado para ele lambuzando a torrada com manteiga e geléia e engolindo cada pedaço.
Quando eu deixei a mesa naquela noite, ouvi minha mãe se desculpando por ter queimado a torrada. E eu nunca esquecerei o que ele disse:
- Amor, eu adoro torrada queimada.
Mais tarde, naquela noite, quando fui dar um beijo de boa noite em meu pai, eu lhe perguntei se ele realmente gostava de torrada queimada. Ele me envolveu em seus braços e me disse:
- Filho, sua mãe teve um dia de trabalho muito pesado e estava realmente cansada. Além disso, uma torrada queimada não faz mal a ninguém. A vida é cheia de imperfeições e as pessoas não são perfeitas. E eu também não sou o melhor cozinheiro do mundo.
O que tenho aprendido através dos anos é que saber aceitar as falhas alheias, relevando as diferenças entre uns e outros, é uma das chaves mais importantes para criar relacionamentos saudáveis e duradouros.
E essa lição serve para qualquer tipo de relacionamento: entre marido e mulher, pais e filhos, irmãos e amigos.”
(autor desconhecido)