Ela te ama de um jeito que não sabe explicar, de uma forma como nunca havia experimentado antes. Às vezes, você parece um sonho bom que mudou o tom da vida dela, sempre tão comprida, sempre tão cinza. Você é a cor que faltava aos olhos dela. Ela pensa em você desde que acorda até a hora em que se deita para dormir, mas não dorme; quando consegue, sonha contigo. Você acha que é um exagero? Pode até ser, mas ela só sabe sentir se for assim: em demasia. O pouco não lhe basta, o meio não lhe agrada. Ou é tudo ou é nada. Ela te ama tudo. Mas tem dias que ela se sente só nesse sentimento. Uma palavra pode mudar o dia de alguém, moço. Qualquer palavra sua muda os dias dela. Não é uma questão de cobrar atenção, entenda. Faz parte das sutilezas do amor. Um carinho, um abraço inesperado, um gesto que só vocês dois entendem no meio de tantas pessoas, um olhar, um sinal de vida. Qualquer coisa que a faça saber que você está pensando nela, que você deseja estar com ela. Ela sente falta, moço. Insegurança? Sim, você sabe das neuroses dela. E a ama mesmo assim, não ama? Se ama, diga sempre que estiverem junto, diga todos os dias, diga a qualquer momento, mas diga. Ela precisa das suas palavras, são vitais. Não importa quantas vezes você já disse, diga. Talvez isso a ajude a apagar algumas lembranças ruins, algumas coisas que ainda a machucam, que ainda a fazem chorar escondida e guardar no travesseiro os tantos pensamentos que não conta a você. Palavras são confusas, há sempre algo de vazio nelas. Preste atenção ao que ela lhe diz, e mais atenção ainda ao que ela não diz a você. Quando você pergunta “tudo bem?”, a mente dela é invadida por um furacão de coisas que a deixam meio que perdida, mas ela sempre responderá “sim, e contigo?”. Porque o silêncio é refúgio quando precisa fugir de si mesma. Apenas a abrace e diga que a ama, certo? Certo. Você é a única pessoa no mundo inteiro que pode fazer isso. Então, faça sempre que puder.
__Daniela Lusa
Você sabe porque o mar é Tão grande? Tão imenso? Tão poderoso?
É porque teve a humildade de colocar-se alguns centímetros abaixo de todos os rios.
Sabendo receber tornou-se grande.
Se quisesse ser o primeiro, centímetros acima de todos os rios, não seria mar, mas sim uma ilha.
Toda sua água iria para os outros e estaria isolado.
A perda faz parte.
A queda faz parte.
A morte faz parte.
É impossível vivermos satisfatoriamente.
Precisamos aprender a perder, a cair, a errar e a morrer.
Impossível ganhar sem saber perder.
Impossível andar sem saber cair.
Impossível acertar sem saber errar.
Impossível viver sem saber viver.
Se aprenderes a perder, a cair, a errar, ninguém mais o controlará.
Porque o máximo que pode acontecer a você é cair, errar e perder.
E isso você já sabe.
Bem aventurado aquele que já consegue receber com a mesma naturalidade o ganho e a perda...
O acerto e o erro...
O triunfo e a queda...
A vida e a morte.
Sucesso é ser feliz, o resto é conseqüência.
__Ivo Nogueira Dias
Alguns temem o novo, porque ele ameaça o estabelecido, contesta as tradições, desafia as regras.
Alguns evitam o novo, porque ele traz insegurança, estimula o experimento, convida à reflexão.
Alguns fogem do novo, porque ele nos retira da confortável posição de autoridades e nos obriga a reaprender.
Alguns zombam do novo, porque ele contraria interesses, desafia os paradigmas, não respeita o ego, despreza o status quo.
Mas tudo isso é inútil, porque a história da humanidade mostra que o novo sempre vem.
Por isso, recicle seus pensamentos, reveja seus pontos de vista, atualize suas fórmulas, seus métodos, suas armas.
Senão, você será sempre um grande profissional, um sujeito muito preparado, para lutar numa guerra que já passou.
__Ivo Nogueira Dias
Era um homem que não sabia quase nada. Morava longe, numa casinha de sapé esquecida nos cafundós da mata.
Um dia, precisando ir à cidade, passou em frente a uma loja e viu um espelho pendurado do lado de fora. O homem abriu a boca. Apertou os olhos. Depois gritou, com o espelho nas mãos: – Mas o que é que esse retrato de meu pai está fazendo aqui?
– Isso é um espelho – explicou o dono da loja.
– Não sei se é espelho ou se não é, só sei que é o retrato do meu pai.
Os olhos do homem ficaram molhados.
– O senhor. . . conheceu o meu pai? – perguntou ele ao comerciante.
– O dono da loja sorriu. Explicou de novo. Aquilo era somente um espelho comum, desses de vidro e moldura de madeira.
– É não! – Respondeu o outro. – Isso é o retrato de meu pai. É ele sim! Olha o rosto dele. Olha a testa. E o cabelo? E o nariz? E aquele sorriso meio sem jeito?
– O homem quis saber o preço. O comerciante sacudiu os ombros e vendeu o espelho, baratinho.
Naquele dia, o homem que não sabia quase nada entrou em casa todo contente. Guardou, cuidadoso, o espelho embrulhado na gaveta da penteadeira.
A mulher ficou só olhando.
No outro dia, esperou o marido sair para trabalhar e correu para o quarto. Abrindo a gaveta da penteadeira, desembrulhou o espelho, olhou e deu um passo atrás. Fez o sinal da cruz tapando a boca com as mãos. Em seguida, guardou o espelho, olhou e deu um passo atrás. Fez o sinal da cruz tapando a boca com as mãos. Em seguida, guardou o espelho na gaveta e saiu chorando.
– Ah, meu Deus! – gritava ela desnorteada. – É o retrato de outra mulher! Meu marido não gosta mais de mim!
(Conto popular)
Se quem luta por um mundo melhor soubesse que toda revolução começa por revolucionar antes a si próprio.
Se aqueles que vivem intoxicando sua família e seus amigos com reclamações fechassem um pouco a boca e abrissem suas cabeças, reconhecendo que são responsáveis por tudo o que lhes acontece.
Se as diferenças fossem aceitas naturalmente e só nos defendêssemos contra quem nos faz mal.
Se todas as religiões fossem fiéis a seus preceitos, enaltecendo apenas o amor e a paz, sem se envolver com as escolhas particulares de devotos.
Se a gente percebesse que tudo o que é feito em nome do amor ( e isso não inclui o ciúme e a posse) tem 100% de chance de gerar boas reações e resultados positivos.
Se as pessoas fossem seguras o suficiente para tolerar opiniões contrárias às suas sem precisar agredir e despejar sua raiva.
Se fossemos mais divertidos para nos vestir e mobiliar nossa casa, e menos reféns de convencionalismo.
Se não tivéssemos tanto medo da solidão e não fizéssemos tanta besteira para evitá-la.
Se todos lessem bons livros.
Se as pessoas soubessem que quase sempre vale mais a pena gastar dinheiro com coisas que não vão para dentro do armários, como viagens, filmes e festas para celebrar a vida.
Se valorizássemos o cachorro-quente tanto quanto o caviar.
Se mudássemos o foco e concluíssemos que a infelicidade não existe, o que existe são apenas momentos infelizes.
Se percebêssemos a diferença entre ter uma vida sensacional e uma vida sensacionalista.
Se acreditássemos que uma pessoa é sempre mais valiosa do que uma instituição: é a instituição que deve servir a ela, e não o contrário.
Se quem não tem bom humor reconhecesse sua falta e fizesse dessa busca a mais importante da sua vida.
Se as pessoas não se manifestassem agressivamente contra tudo só para tentar provar que são inteligentes.
Se em vez de lutar para não envelhecer, lutássemos para não emburrecer.
Se.
(Martha Medeiros)